The Great Mismatch: como apoiar o alinhamento entre gestores e time?
Mais de 85% dos trabalhadores brasileiros trocariam de emprego por um home office. É isso que diz a pesquisa realizada pela InfoJobs e divulgada pelo G1. Entretanto, o desejo dos colaboradores não está de acordo com o dos empregadores. Enquanto os primeiros preferem o remoto, as companhias desejam voltar ao escritório full time. É esse desencontro que dá origem ao termo The Great Mismatch, foco do nosso conteúdo de hoje.
É fundamental que gestores e profissionais de Recursos Humanos conheçam e saibam como trabalhar diante desse cenário. Afinal, ele mostra as perspectivas do mercado e os desejos de quem faz a empresa funcionar: os colaboradores. Boa leitura!
O que é o The Great Mismatch?
Talvez você ainda não tenha ouvido o termo “The Great Mismatch” — mesmo que seja bastante popular no mercado. Entretanto, é bem provável que você esteja ciente do desalinhamento entre gestores e time causado pelas modalidades de trabalho. Se de um lado os colaboradores preferem a alternativa híbrida, por outro, as empresas desejam retornar ao presencial.
Quando a pandemia obrigou grande parte dos segmentos a atuarem home office, os especialistas afirmavam que esse era o futuro. Contudo, o “futuro” mostra uma realidade diferente. Com a ameaça controlada e a vida que, agora, voltou ao normal, as companhias desejam a retomada dos escritórios.
Esse fenômeno, então, ganhou o nome de The Great Mismatch e já está registrado em diversos estudos. O ICRG (Índice de Confiança Robert Half), que revela expectativas do mercado de trabalho, é um deles. Segundo a pesquisa, 76% dos funcionários preferem o modelo híbrido, 18% o home office e apenas 6% o presencial.
As justificativas são simples: o trabalho remoto, pelo menos em parte, oferece mais liberdade. Principalmente para aquelas pessoas que gastam horas no transporte público. Além disso, tende a melhorar a produtividade das equipes.
Porém, do outro lado, estão os empregadores que não estão mais adeptos a essa ideia. O que, na prática, gera dificuldades de contratação. É o que mostra o ManpowerGroup Talent Shortage Study. Nele, indica-se que 69% das organizações do mundo estão sofrendo com dificuldades no processo seletivo oriundas da falta de talentos.
Afinal, quem não está disposto a abandonar o remoto, não pretende se candidatar a essas vagas. Inclusive, os colaboradores estão preferindo voltar as buscas por novas oportunidades à distância, ao invés de ceder ao presencial.
Além do The Great Mismatch: quais são os outros desafios entre gestores e times?
Para o setor de Recursos Humanos, é importante entender que o The Great Mismatch não é o único desafio que dificulta a relação entre líder e empregado. A falta de feedbacks, a liderança despreparada e o descaso com os treinamentos também são grandes motivos de conflitos e demissões. Abaixo, falaremos mais sobre cada um deles!
Problemas com liderança
Um bom líder não é o chefe rabugento, estereótipo do passado e de algumas empresas ainda muito tradicionais. Todavia, não é, igualmente, aquele que aparenta apenas ser amigo dos funcionários, sem a voz ativa necessária.
Para que essa relação seja inteligente e vantajosa a todos os envolvidos, os gestores precisam ser exemplo e gerar motivação. Além, é claro, de ter conhecimento necessário para assumir esse cargo. Tanto técnico quanto de gestão de pessoas. Se o colaborador não enxerga uma referência em quem comanda o time, as chances de ter um baixo rendimento e indisciplina são grandes.
Falta de feedback
É praticamente impossível um colaborador evoluir e se engajar no trabalho da companhia sem os feedbacks frequentes. E essa, com certeza, é uma responsabilidade do gestor. Quando ela está em falta, a equipe fica desconectada, não se sente parte do propósito e continua cometendo erros que seriam facilmente consertados com uma conversa.
Falhas de comunicação
As falhas de comunicação são uma dificuldade grave dentro das empresas, em home office ou presencial. Não é à toa, uma vez que elas podem gerar erros na entrega ao cliente, prejuízos e conflitos entre os colaboradores.
Para você ter uma ideia, esse ponto é tão importante atualmente, que pode ser decisivo para uma pessoa ficar ou sair da companhia. Neste estudo, 47% dos entrevistados afirmaram que uma conversa transparente é essencial para se manter no trabalho.
Descaso com treinamentos
Muitas empresas ainda acreditam que uma carteira assinada, uma mesa e um computador é o suficiente para o start de um funcionário. Porém, o cenário não é exatamente esse. O onboarding, processo de integração e adaptação de novas pessoas no time, é fundamental. Sem ele, o indivíduo pode não ter claro o que precisa fazer e quando, além de não entender algumas diretrizes importantes da cultura organizacional.
Entenda o tamanho do problema: 88% das empresas não executam essa etapa de maneira efetiva. Paralelo a isso, aqueles que trabalham o onboarding da forma correta, podem ter uma retenção de colaboradores de até 82%.
Veja também: Por que sua empresa deve buscar candidatos com fit cultural?
Não delegar ou delegar demais
Muito se fala sobre a centralização de atividades no gestor, o que impede os funcionários de trabalhar bem pela falta de delegação. Esse é um ponto essencial para a liberdade e a evolução do time, sem dúvidas. No entanto, é bem diferente de deixar todas as funções nas costas da equipe, sem orientação e sem acompanhamento minucioso.
Excesso de reuniões
O excesso de reuniões é um problema, principalmente no trabalho remoto. Afinal, muitas conversas que poderiam ser simples, como um e-mail, acabam virando mais uma chamada de vídeo que atrapalha a produtividade. Isso porque, ao invés de estar realmente executando as tarefas, o colaborador está o tempo inteiro alinhando informações.
Quais caminhos seguir para solucionar esses desalinhamentos?
Bom, já tratamos do The Great Mismatch e de outras situações que dificultam a relação e a rotina entre empregadores e empregados. Agora, chegou o momento de visualizar as soluções. Confira a seguir!
Conversas claras e adaptação
Grande parte dos problemas citados nos tópicos anteriores seriam resolvidos com uma conversa clara entre as partes. Logo, é sempre importante que a empresa tenha a mente aberta na hora de falar com os funcionários. O que está faltando para que ele se sinta mais motivado e tenha um rendimento maior? O que a empresa pode oferecer para que ele atinja o resultado esperado?
No caso do The Great Mismatch, ouvir os motivos de manter o trabalho remoto é primordial para se adaptar às novas realidades. Entenda o que os colaboradores veem enquanto benefício nessa modalidade e aprenda a adaptar o seu negócio aos talentos que você não gostaria de perder.
Diretrizes para o trabalho remoto
Se o home office ou o híbrido é o que assusta a sua empresa, crie diretrizes que solucionem esses receios. Muitos gestores acreditam que o colaborador não terá uma performance positiva ou que a produtividade cairá.
Caso esse seja o seu receio, crie com a equipe e o RH formas de medir a produtividade e desenvolva metas para o time. Controles de ponto eletrônico, por exemplo, atuam perfeitamente, inclusive, em modelos híbridos. A ideia não é abandoná-los por estarem em casa e, sim, acompanhá-los de perto enquanto exercem o trabalho da forma que acreditam ser mais positiva.
Foco nas pessoas
É claro que o objetivo final de todas as empresas é o lucro. Mas para chegar lá, é preciso passar pelas pessoas. Por isso, não se pode esquecer que para melhorar os números e atingir as metas, as pessoas precisam se sentir seguras, valorizadas e motivadas.
Para isso, é importante criar as conversas abertas, como já citamos aqui. Além disso, entenda momentos de vulnerabilidade e acolha-os. Assim como entenda quando erros acontecerem. Não deixando passar despercebido, mas compreendendo a situação, pontuando as melhorias e enxergando como um momento de evolução. Dessa forma, os funcionários tendem a se sentir mais importantes para o negócio e engajar pelo mesmo propósito.
Pensando em ajudar você ainda mais com este tema, separamos outra recomendação de conteúdo. Veja em nosso blog 3 benefícios dos escritórios virtuais para profissionais de TI. Até a próxima!